Raíza Tourinho
A Tarde, 16/06/2013
Foto: João Cabral
Do
charme e elegância que caracterizaram os cine-teatros da Baixa dos
Sapateiros até o início dos anos 1970 não resta absolutamente nada. E
não existe perspectiva de que isso mude. O plano de revitalização da
região, anunciado pela Conder no início de fevereiro, exclui os cines
Jandaia e Pax, dois antigos ícones do gênero na Bahia.
Foto: João Cabral
O Plano de Reabilitação Participativo do Centro Antigo de Salvador,
coordenado pelo Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador
(Ercas), chega a apontar, na Proposição nº 1, a necessidade de
revitalizar os ex-cinemas Jandaia, Pax e Excelsior, para fomentar a
atividade econômica da região.
No entanto, o próprio órgão reconhece que, por serem imóveis de
propriedade privada, não há previsão de projetos para a recuperá-los.
Para se tornar realidade, as 14 proposições de revitalização do Centro
Histórico, que constam no documento, custariam cerca de R$ 627 milhões a
mais ao Estado, além dos R$ 207 milhões já garantidos para a
recuperação da região e de R$ 303 milhões do setor privado.
Burocracia
Foto: João Cabral
A responsabilidade dos donos também é o motivo
apresentado pelo Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia
(Ipac) para a ausência de planos de revitalização. De acordo com o
instituto, a preservação destes prédios através de recursos públicos só
se dá quando os proprietários de imóveis tombados são selecionados em
editais da Secretaria da Cultura, como ocorreu com Solar do Barão de
Jeremoabo.
"São recursos que possibilitam, de fato, que o imóvel possa ser
totalmente restaurado. Mas, desde que o proprietário do imóvel autorize,
se interesse e tome as devidas iniciativas", informa uma nota do órgão.
O Ipac declara que há vários anos entra em contato com o proprietário do
Jandaia, tombado desde 2011, para sugerir a revitalização do imóvel.
Porém, o dono do ex-cineteatro, o carioca Cláudio Valensi, que tem uma
rede com mais de 50 cinemas, indica que há interesse em revitalizar o
local, "mas não com o dinheiro do Estado".
Foto: João Cabral
"Deles, eu só espero algum projeto que inclua o cinema. Até porque está
muito deteriorado e, se acontece alguma coisa, o responsável sou eu",
afirma.
Valensi diz que ainda não fechou nenhuma parceria de
revitalização, embora receba muitas propostas, porque não adianta
restaurar o cinema sem que haja investimentos públicos no entorno.
"Seria uma pena se o Jandaia tivesse outro destino que não a
revitalização. Mas, o cinema sozinho não vai revitalizar a Baixa dos
Sapateiros", arrisca.
Dentro do plano de revitalização do Centro Histórico, da Ercas, já há
recursos previstos para acessibilidade, mobilidade e recuperação de
algumas fachadas nas ruas próximas ao Jandaia.
Foto: João Cabral |
Do
charme e elegância que caracterizaram os cine-teatros da Baixa dos
Sapateiros até o início dos anos 1970 não resta absolutamente nada. E
não existe perspectiva de que isso mude. O plano de revitalização da
região, anunciado pela Conder no início de fevereiro, exclui os cines
Jandaia e Pax, dois antigos ícones do gênero na Bahia.
Foto: João Cabral |
O Plano de Reabilitação Participativo do Centro Antigo de Salvador,
coordenado pelo Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador
(Ercas), chega a apontar, na Proposição nº 1, a necessidade de
revitalizar os ex-cinemas Jandaia, Pax e Excelsior, para fomentar a
atividade econômica da região.
No entanto, o próprio órgão reconhece que, por serem imóveis de
propriedade privada, não há previsão de projetos para a recuperá-los.
Para se tornar realidade, as 14 proposições de revitalização do Centro
Histórico, que constam no documento, custariam cerca de R$ 627 milhões a
mais ao Estado, além dos R$ 207 milhões já garantidos para a
recuperação da região e de R$ 303 milhões do setor privado.
Burocracia
Foto: João Cabral |
"São recursos que possibilitam, de fato, que o imóvel possa ser
totalmente restaurado. Mas, desde que o proprietário do imóvel autorize,
se interesse e tome as devidas iniciativas", informa uma nota do órgão.
O Ipac declara que há vários anos entra em contato com o proprietário do
Jandaia, tombado desde 2011, para sugerir a revitalização do imóvel.
Porém, o dono do ex-cineteatro, o carioca Cláudio Valensi, que tem uma
rede com mais de 50 cinemas, indica que há interesse em revitalizar o
local, "mas não com o dinheiro do Estado".
Foto: João Cabral |
"Deles, eu só espero algum projeto que inclua o cinema. Até porque está
muito deteriorado e, se acontece alguma coisa, o responsável sou eu",
afirma.
Valensi diz que ainda não fechou nenhuma parceria de
revitalização, embora receba muitas propostas, porque não adianta
restaurar o cinema sem que haja investimentos públicos no entorno.
"Seria uma pena se o Jandaia tivesse outro destino que não a
revitalização. Mas, o cinema sozinho não vai revitalizar a Baixa dos
Sapateiros", arrisca.
Dentro do plano de revitalização do Centro Histórico, da Ercas, já há
recursos previstos para acessibilidade, mobilidade e recuperação de
algumas fachadas nas ruas próximas ao Jandaia.
Foto: João Cabral |
Foto: João Cabral |
Foto: João Cabral |